Eu fiquei olhando o avião voar, pareceu tão perto de mim, eu quis voar
com ele, ou até mesmo quis ser o avião para poder voar. Eu fico querendo voar
de todas as formas possíveis, eu quero desbravar o mundo, ter história em cada
lugar, até saber exatamente onde é o meu, quero sentir a neve na ponta do
nariz, ou chutar as folhas secas do outono, quero subir no Empire State, e na torre Effeil, eu quero achar um lugar só meu, e talvez eu possa até dividi-lo.
Também voo daqui mesmo, eu vivo sonhando, não consigo manter os pés no chão,
talvez seja por isso que eu caia tanto, e quanto mais alto o voo mais alta a
queda, dizem por ai. É engraçado, eu tenho tudo isso impresso em mim. Já quis
mudar, ser mais desprendida, cética e racional, parece mais fácil,
principalmente depois da vida te dar algumas cicatrizes. Ok, faz parte, né?
Mas, eu sempre sinto demais, e essa sensibilidade em excesso é mais fácil de
ferir, e de cicatrizar. São tantos os motivos de ‘’não serei assim’’, o mundo
não é fácil, as pessoas se esqueceram de sentir, e eu fico meio perdida no meio
disso, mas por que insistir? Sei lá, ás vezes nem eu sei, e nem quero, mas no
fundo eu sinto que vale é pena, no fundo eu me orgulho, no fundo eu acho que
você tem que ser do jeito que é. Mas, não é fácil se manter assim, de pé, com
tanta descrença e tantos tapas. Não sei até quando asas podem se regenerar. Eu
quero tanto querer continuar querendo voar, mas ás vezes o medo de cair de novo
fica parecendo maior.
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