Compartilhando até dos porquês que nem eu entendo.


Compartilhando os porquês que nem eu entendo.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Aos alunos, com carinho.

 Lembro que toda vez que escutava aquela música com cheiro e cara de infância, "Ao mestre, com carinho", ficava emocionada e pensada nos meus professores favoritos. No terceiro ano escutei essa música, na versão original, e chorava já com saudades do colégio, dos amigos, dos professores. Daquela vida. Lembrava de tudo que já havia vivido lá e tentava me preparar para o que estava por vir. Era tudo tão assustador e inesperado, havia chegado o fim de uma era. E em todos os meus sonhos e ideias criativas e loucas eu nunca havia imaginado o que a vida estava preparando.
Agora era eu naquela sala, na minha sala. Mas os lugares haviam mudado. Eu, professora; eles, meus alunos. A vida é bem louca e surpreendente. Graças a Deus. Revi os meus mestres e agora era eu que buscava me tornar um. Agora eles que me olhavam com aquelas carinhas felizes e barulhentas.
E agora quem recebia as homenagens era eu. Meus dias de menina na escola acabaram, e agora eu que via os dias deles. A gratidão por tudo isso é inexplicável. Mas que bom que a vida e Deus me deram esse presente. Acho que o meu destino sempre foi esse, mas eu nem ousava pensar.
 A gratidão por esse presente e pelos professores que me inspiraram, eles foram meus mestres sem eles eu não estaria me tornando, buscando me tornar, mestre também.
E aos meus alunos. Eles que me salvaram e sempre salvam. Desde o Uecevest, o lugar que jamais irei esquecer. Aquele dia que os meninos tocaram para mim no final da aula, ou todas as palavras de carinho. Ou o dia que o Diegão me deu um livro com dedicatória, ou todos os agradecimentos dos aprovados no vestibular. Eles me salvaram. Como quando os meninos do Vicente Fialho me deram desenhos e bilhetinhos, e eu nem professora deles era. Como agradecer por todo o carinho e brincadeiras do meus futuros universitários? E todos os presentinhos? Incluindo até um colar da Peppa. Como explicar a alegria de caminhar pelo o meu colégio e receber abraços e palavras de carinho? Como é ver o terceiro ano, o meu antigo lugar, nos sorrisos deles? Como é receber um rap de pessoas que te conquistaram em tão pouco tempo? Eles me salvam. Sem saber, eles sempre me salvam.
 Eu sei que ela está vendo tudo isso. E isso me salva também.
 Obrigada por colocarem sempre um sorriso no meu rosto. Ser professor não é apenas uma profissão, ser professor faz parte de quem foi é. Vocês fazem parte de mim, e eu também espero fazer parte de um pouquinho de cada um de vocês. É difícil escrever sobre a gratidão, mas é fácil senti-la. E eu sinto, eu sou grata até por sentir. O meu muito obrigada à cada um de vocês. Obrigada por serem parte de mim e me tornaram a tia Gê.


                                                                Beijo, G.

sábado, 16 de maio de 2015

No meio do caminho.

Ela acordou enquanto só queria dormir. E o motivo não era só o cansaço.
Ele acordou fingindo sentir-se completo.
Ela só queria fugir.
Ele só queria encontrá-la.
Ela só queria encontrá-lo. (secretamente)
Ele só queria um motivo.
Ela só queria um sorriso.
Ele só queria vê-la sorrir.
Ela nem sabia como ele iria fazê-la sorrir. E rir. E gargalhar.
Ele só queria que ela o deixasse amá-la
Ela só queria acreditar.
Ele só queria mostrá-la.
Ela só queria que fosse verdade.
Ele só queria vê-la feliz.
Ela só queria  fazê-lo feliz.
Ele só queria ficar com ela.
Ela só queria finalmente amá-lo.
A vida estava no caminho.
Ela acordou.
Ele também.

Eu queria saber por que o mundo tem que ser tão fodido. Eu quero correr para a minha infância, eu quero que o meu maior medo volte a ser tirar uma nota baixa e levar carão. Eu quero desesperadamente ser feliz e parar de apanhar da vida. Porque eu sinto que tô perdendo as forças para levantar, para bater de volta. O pior é que eu nem quero querer me levantar porque a ideia de apanhar de novo me assusta tanto ao ponto de eu estar quase abrindo mão da suposta felicidade só para não ter falsas esperanças de novo. Dói. O que mais dói é ter esperança só para depois ela ser arrancada de você. Eu me enganei, é ainda pior do que a falta de esperança. Sabe por quê? Quando ela se vai você não tem mais nada, só a dor.
Quantas vezes terei que apanhar? Será que já não provei minha força? Não provei ser merecedora da felicidade?
Eu já não quero mais acordar. Desculpe me Deus, mas acordar é lembrar de tudo que eu quero esquecer. Eu ando sem objetivos e viver parece tão cansativo e doloroso.
Eu sou uma farsa. Dizendo á todos para não desistirem, para serem corajosos e bravos. Sou uma farsa pois digo isso tentando acreditar. Continuar. Mas eu não quero mais. Não quero mais acordar. Não quero mais lutar. Quero ficar presa no meu mundo e não encarar a realidade. Quero me perder e não me achar. E nem achar mais nada. Meu sorriso não tem mais verdade nenhuma. Eu sou uma farsa. Fui derrubada. Me chame de fraca. Me chame de farsa. Eu nem ligo mais. Eu tentei tanto ser o melhor, dar o melhor. Mas parece que foi em vão. Recebam o meu pior agora. E eu que pague pela minha decisão. Não pode ser pior do que aonde as boas decisões me levaram. Vou parar de viver a minha farsa.