Compartilhando até dos porquês que nem eu entendo.


Compartilhando os porquês que nem eu entendo.

sábado, 26 de maio de 2012

Tão improvável quanto a Branca de Neve bêbada.

Ela estava andando no meio da rua vestida de Branca de Neve. A festa estava chata, apesar de todos seus amigos estarem se divertindo, ela só se sentia tão vazia, e nem a festa mais incrível, aparentemente, e esperada estava ajudando. Ela havia escolhido a fantasia perfeita, estava linda, seus amigos estavam lá, a música era boa e todos dançavam. Mas ela ainda se sentia vazia. Resolveu quebrar as regras. Ela nunca havia ficado bêbada, mas brincar de “eu nunca” com tequila não dava muito certo, e olha que ela nem bebeu muitas doses,ela só não era acostumada. Mas por uma noite queria ser outra pessoa. No começo pareceu bom, ela gritou e dançou e sabe-se lá mais o quê, mas ai ela se cansou, e só saiu, foi andando sem rumo pelas ruas, nem sabia direito o que estava fazendo. Ela só andava, e andava, e só foi tirada daquele torpor quando um carro parou quase em cima dela com uma freada zuadenta.
- Ei, o que você estava fazendo? Você tá louca? Eu quase te atropelei....
- Eu...ah, não enche!
- Ah, não acredito, você tá bêbada? Andando vestida de Branca de Neve no meio da rua...Cara, eu nunca pensei que iria ver a Branca de Neve bêbada. Haha
- Pois é, olha que legal! Espero que você tenha ganhado sua noite com esse acontecimento incrível.
- Pera ai, não vou deixar você ir embora nesse estado. Eu não te atropelei mas se você continuar andando por ai assim...Entra no carro.
- Eu posso tá meio alterada mas não sou burra, ok? Quem me garante que você não é um tarado? Você pode querer me sequestrar, ou se aproveitar de mim, você pode ter um fetiche com a Branca de Neve, ou...- e antes que ela falasse mais algo ele a colocou no carro, ela não queria mas não estava em muita condição de lutar.
- O que você está fazendo...
- Colocando o cinto, ok? Ao contrário de você, eu sou responsável.
- Mas eu sou responsável, e esse é o problema, eu sempre sou responsável!
- Ok, ótimo dia pra não ser. Olha, eu vou te levar na minha casa pra você tomar um café, e ai você me diz pra onde eu te levo, ou quem chamar pra te buscar, ok? É só isso, acredite em mim.
- E eu tenho outra escolha? Estou muito frágil para lutar contra você!
- Agradeço a sua confiança.
E, assim fez- se um silêncio que para dois estranhos até que não era desagradável. Esse foi cortado pela música baixa que tocava na rádio.
- The Fray! You fouuund me! Aumenta!
- Calma, sua louca! Tá tarde, você não pode por o som nessa altura...
- Você é muito chato!
- E você tá bêbada. Calada...E, eu também gosto de The Fray, só para ser claro.
E ela deu um sorriso tão discreto mas mesmo assim o contagiou, e ele sorriu também. Tinha algo nela...apesar de bêbada, ou por isso mesmo. Ele só queria que ela ficasse bem, mas não queria que ela fosse embora.
- Chegamos! Psiu, não faz barulho, você vai acordar os vizinhos...
- Ai eu posso falar que você é um tarado e me sequestrou! Haha
- Sabe, você tem falado muito nisso, talvez você esteja querendo ter sido sequestrada.
- Talvez...Não estou mesmo com muita vontade de voltar para a minha vida.
- Por quê? Sua vida não deve tá tão ruim assim...Toma, seu café. Sorte sua que pelo menos isso eu sei fazer.
- Mas eu odeio café!
- O meu é especial, toma logo, vai te fazer melhorar. Ou vomitar, mas isso também será bom.
- Obrigada.
- Então...sobre a sua vida...
- Eu estava em uma festa, á fantasia, caso não tenha dado pra perceber. Em uma festa! E mesmo assim tudo parecia tão sem graça. A festa tinha tudo pra ser perfeita, mas eu só me senti tão vazia. Eu até fui brincar, e bebi umas tequilas, eu não sou de beber...Foi divertido no começo, mas depois o vazio voltou...é tão ruim e...
- Embora esteja claro que você ainda não está falando muito coisa com coisa eu entendi perfeitamente.
- Entendeu? Sabe, é tudo tão igual...As pessoas, a vida, as vezes cansa...
- É entediante, né?
- Eu não acho qualquer um interessante, sabe? Ás vezes eu queria me parecer mais com a maioria das pessoas, seria mais fácil...
- Talvez, mas as pessoas que fazem história não são as comuns. Talvez você seja surpreendida, e algo ótimo te aconteça. Quando você menos esperar, alguém pode surgir e mudar tudo...
- Você acha mesmo isso?
- Agora eu acho.
- Você está se aproveitando da minha situação e está flertando comigo?
- Acho que o efeito da bebida está passando... haha
- Você quer ligar para o cara do qual eu gostava? Ai você fala que tá comigo! Se bem que eu nem sei se ele se importa...sabe, eu não saio por ai me apaixonando, sei lá, tem que ter algo especial para me fazer sentir, eu acho...é só que tem tanta gente chata, e é difícil achar alguém que desperte isso em mim, mas ele não me escolheu, sabe? Eu fiquei esperando, mas ele não me escolheu! Eu nunca sou escolhida, e eu tenho tanto medo de dar tudo errado! Me deixa ligar pra ele!
- É, seu celular descarregou.
- Mentira!
- É sim, olha só!
- Droga, eu queria me vingar dele, desgraçado!
- Ah, você é a Branca de Neve, seja boazinha...
- Esse é seu melhor argumento?
- Há tantas pessoas nesse mundo, e grande parte passa despercebida, elas têm suas vidinhas comuns, e se conformam com isso? Mas você não é assim, não é? Tem algo em você que é diferente. Eu estou falando mais coisas pra você do que eu falo pra maioria das pessoas. Sabe, caras não gostam de ficar falando demais sobre o que sentem. Mas tem algo em você que ...eu não sei, é só que tem algo em você. E eu realmente não acho que você se encaixa nesses padrões chatos e normais, e por isso que tudo ás vezes aprece tão difícil. Mas quando você tiver que ter tudo que você merece você terá.
- Você acredita mesmo nisso?
- Não foi muito louca a forma como a gente se encontrou hoje? Você acredita em destino?
- Acredito. E você?
- Se você acredita, eu acredito.
Então ela pulou nele, daquele jeito todo espontâneo dela, e o beijou. Depois caiu na cama e dormiu. Ele ficou ali olhando-a, ela era tão linda, mas tinha algo a mais! Ele, logo ele, ele nunca escolhia ninguém, mas olhando assim pra ela, ele parecia ter escolhido, e tudo em uma noite. “Eu escolho você...” murmurou. E ela sorriu.
Onze horas.
- Ei, acorda, Bela Adormecida. Ou melhor, Branca de Neve.
- O quê...Ai, Deus! Eu dormi aqui...com você?
- Sim, justamente, você DORMIU!
- Ah, certo, é que eu pensei que depois de...
- De ter me beijado? Pois é, você dormiu depois disso.
- Eu não me lembro de tê-lo beijado!
- Claro que lembra! Você lembra de tudo tão bem quanto eu. Mas agora, acho melhor você tomar seu café da manhã, um banho, e avisar á alguém que está bem.
- Ai meu Deus! Todos devem está preocupados, como eu fui irresponsável!
- Você disse que precisava disso...
- É, eu precisava mas...
- Você se arrependeu de ter sido irresponsável?
- Na verdade não.
- Nem eu.
- Então, você pode me deixar em casa? Eu não quero pegar táxi vestida assim...
- Claro! É uma ótima desculpa para eu te perseguir caso você não queira me ver.
- Me surpreendo é de você ainda querer me ver depois de toda aquela conversa de bêbado.
- Pelo menos você não vomitou.
- É verdade. Haha
- E sobre a conversa... Foi uma das mais verdadeiras que eu já tive.
- Eu também.
E, assim começou tudo, da mais maneira mais inesperada, da maneira mais certa, da maneira que deveria ser.

                  Beijo,G.

domingo, 13 de maio de 2012

Feliz todo dia.

Eu realmente nem sei por onde começar. É tão difícil falar, escrever no caso rs, para alguém que você ama, e quando são duas então... Chega a ser estúpido escolher um dia no ano para resolver demonstrar o quanto você ama sua mãe, todas essas propagandas, e declarações em redes sociais, e, quem sou eu para falar? Estou nesse ciclo.
 Não deve ser lá muito fácil aturar meus dias de mau humor, ou melhor, minhas mudanças de humor, e nem meus dias de stress, e nem a minha mania de responder tudo, é não deve ser fácil, mas vocês fazem isso. É óbvio que eu as amo muito, mas eu não gosto de ficar falando. Eu nem imagino a minha vida sem vocês, e só de pensar em pensar dói. Não vou falar de como tudo é lindo, até porque perfeição nem é o ideal. Defeitos irritantes, coisas que me estressam profundamente, coisas que eu mudaria(?) Talvez, mas ai vocês não seriam vocês.
Minha mãe é minha amiga, mesmo. Ela é muito engraçada, e eu tento obrigá-la a ler meus livros. Ela é toda moderninha, e adora me constranger, acho que as mães gostam mesmo disso, mas no fundo é tão protetora, o que é ligeiramente irritante, só não é mais porque eu sei que você me ama e quer me proteger, apesar de eu saber que você sabe que eu já sei, ou melhor já devo, me proteger sozinha. Mas eu bem gosto de quando você compra uma briga por mim. E minha vó. Minha avó é linda, ela me surpreende em várias coisas, posso até chamá-la de moderninha. Ela também não gosta de falar muito sobre os sentimentos (eu escrevo, não falo) e é meio abusada! Sério, ela é mais brava do que eu, se existir mesmo esse negócio de “puxar” algo de familiares, eu puxei isso dela.
Eu só sei que elas são minhas, com tudo que as torna quem elas são. E eu as amo por tudo isso. E eu preciso delas, e não só em um dia marcado no calendário, mas sempre, e eu nem sei como será um dia sem esse sempre, eu realmente não suporto pensar nisso, então eu rezo. E me desculpem por não falar isso sempre, e me desculpem por não tá inspirada e não saber como falar(escrever). Eu só quero deixar claro que as amo, e que sou grata por tudo que fazem por mim, e dizer que vocês fazem parte de quem eu sou, e espero que vocês tenham orgulho disso. É lindo ser mãe, ser avó, e é mais lindo ainda que vocês sejam as minhas.
                              Beijo,G.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Outra pessoa. Ou não.

Todos têm dias nos quais querem ser outra pessoa, pelos mais diferentes motivos, dos mais banais aos mais profundos. Ela estava em um daqueles dias. O problema é que ela queria ser exatamente quem era, mas não achava está no lugar certo para tal. Pintar o cabelo de azul, pegar uma moto, sair pelo mundo, ninguém iria imaginar mas ela tinha diversos alter egos, e tinha alguns bem diferentes do que ela era, aparentemente, porque na verdade ela era tudo aquilo. Mas o que ela era, ou se considerava ser, ou até mesmo queria ser, porque ela só sentia bem quando era desse modo, era uma espécie de princesa, mas não uma daquelas clássicas que vocês vêem por ai, era algo mais moderno, ela tinha até a inspiração perfeita, a inspiração da sua vida. Ela nem fazia questão de ser perfeita, só não suportava o normal, o morno, o banal, o medíocre.   
Achava um saco a maioria da forma de viver a vida das pessoas, e morria de medo de “acabar” assim. Ela queria emoção, amor, drama, comédia, ação, ela queria tudo. Ela lutava, tinha uma determinação admirável. Mas às vezes até mesmo ela caia, caia quando não via algo com o qual sonhava acontecer, caia quando achava que tudo aquilo finalmente estava começando e estancava. Ah, talvez você não a entenda, mas ela não te culpa. É justamente isso o legal, nem todos te entenderem, porque imagina só que legal encontrar alguém que entenda tudo isso, é meio que uma forma de completar esse vazio que ficava escondendo em uma parte de sua alma. Ah, não a chame de mal agradecida, ela era grata por tudo (ou quase tudo) que tinha, e ás vezes queria só uma coisa, era só uma coisinha pra fazê-la completa e ela queria com tanta intensidade! Ah, e isso a machucava tantas vezes... Ai ela resolvia querer tudo! Ela sabia o que queria, ela era tão metódica que planejava,planejava o implanejável. Era só que ela sonhava tanto, queria tanto, lutava tanto, ela lutava sem saber como lutar, ela sabia exatamente o que queria, mas nem sempre o que fazer pra obter, muitas vezes não sabia aliás, mas o pior era fazer e não conseguir. Ela desistia por um dia, no máximo, e depois voltava a querer, sonhar, planejar, porque ela era assim.
Não nasceu pra ter uma vida igualzinha a de todos, porque ela não era igual, e não me diga aquilo de “ninguém é igual a ninguém”, porque você bem sabe que tem gente que parece igualzinha á todo o mundo. E era disso que ela tinha medo, entra tantas outras coisas, de ser igualzinha. Ela tinha medo. Mas tinha mais coragem, e quando não tinha fingia ter. Ela tem seus mil defeitos, é bem verdade, mas ela quer tanto que merece, ela quer de um jeito que a vida não pode negar, ela deve merecer, ela precisa pra ser completamente feliz. Talvez não basta pegar sua moto, seu conversível, sua limo(ela pode sonhar) ou um metrô que seja(mentira, não combina com ela.)e sair por aí, ir pra onde sempre quis, talvez o que faça você está onde sempre quis outra coisa, ou outras coisas. Ela sabia exatamente o que era, porque era o que lhe faltava, e ela acreditava que quando viesse ela saberia, e tudo aquilo dolorido e todo o medo passaria. Ela sempre acabava acreditando, em tudo, em todos, e quase sempre agradecia por ser assim.

                                 Beijo,G.