Compartilhando até dos porquês que nem eu entendo.


Compartilhando os porquês que nem eu entendo.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

E se perguntarem como você vai diga que está caminhando.


          Foi como receber um chute no estômago, não que ela soubesse fisicamente exatamente como era. Mas veio assim do nada e afundou todo seu corpo, diferente do chute físico aquele permanecia lá, às vezes pareceu afundar sua alma. Foi como se o mundo ficasse escuro, quando você tenta fugir de um pesadelo, mas não consegue acordar, presa em um beco onde a escuridão era tamanha ao ponto de não enxergar a saída. Ela se lembrou do lugar onde tudo parecia ser bonito e calmo, mas não era por ser exatamente o que era.
Às vezes é preciso aprender a lidar e crescer com a dor, às vezes a vida desmorona mesmo e de algum jeito você precisa reconstruir. “Só por hoje, só por hoje...”. Mas no meio da escuridão ela pôde ver uma luz, ainda era fraca, mas ela a via, e só por hoje, só por hoje...A esperança estava lá, ela sabia lutar, sempre fora assim. A luz sempre vence as trevas, tem que ser assim na vida real. Ela olhou a estrada que aparecia em meio à luz que começava a iluminar o beco já não tão mais escuro, ela não sabia onde a estrada iria dar, mas caminharia. Ela precisava caminhar e fazer o que precisava ser feito. Ela reuniria toda sua força e coragem e caminharia em direção a luz, seguindo seu destino, fazendo seu destino, até haver luz em seu coração e paz na sua mente.
      Beijo, G.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

As sete válvulas de escape.



Não podendo sempre lidar com os dias de tempestade inerentes a vida de qualquer um, as forças do universo se uniram e conspiraram para achar uma solução, hoje dizem que os humanos a chamam de válvulas de escape, des soupapes d'échappement, Auslassventile, 排氣, valvole di scarico, exhaust valves e há outras formas de dizer e explicar, cada um a sua maneira. O importante é que elas são uma forma de salvação para o desespero da alma em certos momentos.
Primeiro eles criaram a fé, com a finalidade de nunca perderem a esperança. E que ao olhar um arco íris, um por do sol, ou a lua você soubesse que algo novo virá e que tudo que deve passar passa, que aquela lágrima haveria de transforma-se em um riso, gradualmente. Foi a forma mais doce que acharam para te fazer saber esperar, esperar a chuva passar e saber lidar com o cair de cada gota.
No segundo dia eles criaram a música, porque através dela todos podiam se expressar e sentir, pois para cada sentir há uma melodia para confortar e confrontar. A música no futuro seria responsável por unir pessoas, ideias, valores. Até ousaram dizer que quando acontece música a alma esquece-se do mundano e emerge em total harmonia.
No terceiro dia eles criaram os livros, pois através desses cada um poderia contar suas histórias e expressar seus sentimentos. Através deles cada um poderia se encontrar após perde-se e achar aquele sentimento que nem você foi capaz de entender ou explicar. Eles foram criados como um instrumento restaurador da fé, uma forma de fugir enquanto necessário para depois saber como se salvar. Os livros são responsáveis pela magia que habita nesse planeta.
No quarto dia criou a dramaturgia para que as pessoas pudessem se encontrar e entender, acreditando em finais felizes e na justiça. Viram nessa uma forma de expressar o mundo, um mundo, e os valores de cada um.
No quinto dia criaram os sonhos, a capacidade de cada um sonhar e acreditar naquilo. Na vontade de querer mais, expandindo a alma e dando a cada um coragem e perseverança para ter pelo o que lutar e acreditar. Os sonhos movem as pessoas, e eles falaram que era preciso movimento e motivação para gerar as transformações necessárias.
No sexto dia criaram o abraço, pois perceberam que as salvações individuais não bastavam e as pessoas precisavam umas das outras para se salvar. Então o criaram como uma forma de conforto para quando as palavras não são o bastante. Um único gesto capaz de unir pessoas e de salvá-las, o gesto que diz tudo que é indizível. O abraço é ‘apenas’ o abraço. Ele é.
E por fim, no sétimo dia, criaram o amor. A forma mais sublime de salvação, onde não há o que explicar, apenas há o que sentir. O amor salvou vidas, os diversos tipos de amor, para cada situação, para cada um. O amor não foi só a salvação, o amor moveu e criou o mundo. O amor é o que nos faz está vivos e querer assim permanecer. O amor é o que nos eleva e nos torna imortais em nossas almas. 

                     Beijo, G.