Compartilhando até dos porquês que nem eu entendo.


Compartilhando os porquês que nem eu entendo.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

A tal da saudade, que só existe no português.

Perder alguém é ter ataques de choro do nada porque o aperto é grande demais, tão grande que toma conta do teu corpo, que transborda saudade.

Mas perder alguém também é saber que você é bem mais forte do que um dia sequer imaginou. Você sabe que é um sobrevivente, é como uma tatuagem. Um lembrete. Você é forte. Você conseguiu voltar a sorrir.

Perder alguém também é descobrir que o amor verdadeiro é muito mais forte do que a linha tênue que separa vida e morte. O amor é primo da morte e da morte vencedor, Drummond sempre acertando.

"Você deixou saudade, você deixou saudade...quero te ver outra vez, quero te ver outra vez...você deixou saudade." Ter fé é saber que vou te ver outra vez, é saber que você ainda tá aqui comigo.

Mas a força da palavra saudade dói. E é tão forte que tiveram que criar uma palavra só pra ela.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

E se o mundo fosse todo cego...

Aquela maldita sensação de se sentir usado ou não ser bom o suficiente. Com certeza todo mundo já sentiu isso. Isso aqui não é algo à favor do feminismo ou machismo, até porque pra mim isso é baboseira. Eu defendo o direito dos humanos e pra mim cada ser humano é único, embora obviamente haja diferença entre homens e mulheres, mas não seguindo o rótulo ''todo homem trai'' ou ''toda mulher é interesseira'', dentre outras merdas do tipo. Somos humanos e por diferentes razões e sacos de pancada sofremos esse tipo de sensação.
 Quando um cara só quer você para transar ou só repara no seu corpo e algo do tipo, quando um cara qualquer buzina no meio da rua e te chama de gostosa. Por que diabos as pessoas acham que nós gostamos disso? Não é legal se sentir um pedaço de carne e nada mais. Não é feminismo e nem hipocrisia não, eu adoro ser elogiada, particularmente - embora ironicamente não saiba lidar muito bem com elogios - mas elogio é diferente de cantada barata, elogio é diferente de alguém que só te quer por motivos fúteis e só "elogia" pra conseguir o que quer, elogio é diferente de receber cantada vulgar de um desconhecido. Um desconhecido no meio da rua te chamar de gostosa NÃO É ELOGIO, ele não é seu namorado, ele é um desconhecido idiota e isso é constrangedor. Todo mundo quer ser amado e admirado pelo "corpo e pela alma". Você não quer ser visto como um produto, e não, isso não é frescura. É só que o legal mesmo é se sentir amada e desejada, e isso é totalmente diferente de se sentir usada. E não, isso não acontece só com mulheres. Sempre que alguém te subestima e você passa a ser visto só pela aparência é uma merda, porque você é mais do que aquilo e às vezes parece que as pessoas não enxergam ou se enxergam isso não é o suficiente.
 É a mesma coisa quando alguém está com outra pessoa por interesse financeiro. Quem se sente bem com isso? Alguém que está com você pelo o que é proporcionado. Isso não é real. É sentimento lixo, de gente lixo. Quem enxerga pequeno - só vendo status, dinheiro ou o físico - merece pouco e é pequeno. Eu li uma frase que dizia ''Se o mundo  todo fosse cego , quantas pessoas você impressionaria?''. E é essa a questão. É tanta futilidade, é tanto a lei do ter e não do ser, é a geração da ostentação. Falta verdade. E isso é sem hipocrisia, não é não gostar do que é belo, não é não gostar de elogio, não é ficar com alguém por tesão. Mas é não ser SÓ ISSO. Porque ser só isso é bobo demais, é estúpido demais. É vazio demais.

                             







terça-feira, 2 de junho de 2015

Somos todos Duff's, Bianca.

 Estava eu assistindo The Duff, que pode parecer só mais uma comédia romântica para adolescentes (e sim, eu adoro esse tipo de filme) mas na verdade trata de uma questão importante: rótulos. Isso me lembra O Cube dos cinco, isso me lembra como todos nós sempre acabamos sendo rotulados por conta da aparência ou algo do tipo. Rótulos que fazem com que a gente sinta que não é bom o suficiente. Bonito o suficiente. Inteligente o suficiente. Divertido o suficiente. Nunca o suficiente. Conversando com minha irmã mais nova, que por sinal tem o mesmo nome da personagem do filme, percebi como todos esses rótulos e padrões destroem quem somos e devemos ser. Duff é o patinho feio, a amiga menos bonita, mais gordinha, mais diferente. O que ninguém entende é que diferença é algo bom, e o fato das pessoas não entenderem isso pode parecer bobagem mas é o que causa preconceito, bullying e etc. Minha irmão, a Bianca, acha que não é bonita o suficiente. Ela é linda e já gosta de Edgar Allan Poe, é esperta e inteligente. No colégio eu me sentia duff, nem bonita e nem descolada o suficiente, nunca boa o suficiente.
 Tudo começou com a pré adolescência, que é quando os rótulos surgem, eu era a gordinha tímida. E eu aceitava isso. Tive que emagrecer e me arrumar para começa e me sentir bem comigo mesma. E mesmo assim não era o suficiente. Eu mudei de rótulo. Agora eu era "normal", mas ainda diferente. Por não gostar de forró, por preferir ler e não beijar qualquer cara. Eu era a certinha, a nerd, a normal, ou sei lá o que. Me sentia um peixe fora d'água. Com o tempo isso foi mudando. Mas os rótulos não se resumem só á isso. Também se resumem a qualquer característica que você tenha ou que achem que você tenha. Eu precisei da faculdade pra me sentir bem fisicamente, completamente bem comigo. Mas não deveria ter precisado de tanto para gostar de mim. No fundo eu sempre gostei de quem eu era e devia ter valorizado isso e deixado o resto.
 Os rótulos estão presentes em todas as fases da vida. Eu já fui a mimada e patricinha por andar de carro. E a puritana por considerar sexo algo importante. A questão é que sempre irão querer achar algo para te definir. Seja por sua aparência física ou por sua conta bancária. Por sua popularidade ou pelo seu dinheiro. Por seu estilo de vida, crenças. Mas o que deve definir quem você é são suas atitudes. E só você pode definir quem você é e  quem você quer ser. Eu não sou só uma coisa, eu sou várias.
Você tem que se considerar boa o suficiente sim. E merecedora de amor e do sucesso e de tudo de melhor que a vida pode te dar. Sempre que a vida te lasca, sempre que as pessoas te ferem você se culpa e acha que não é merecedor. Eu sei porque comigo também é assim. Você acha que não é bom o suficiente e por isso não merece amor, não merece sucesso. Não merece a felicidade. Mas você merece sim (a não ser que você seja uma pessoa babaca que curte foder os outros e humilhar as "duff's" pra se sentir melhor). Nós merecemos. E não existe isso de Duff. E se existe, então todos nós somos. Porque nossa perfeição está justamente na imperfeição, na diferença.
Diga ao mundo quem você é, não deixe que os outros digam por você.

                                   
                                                                                    Beijo, G.