Era uma vez uma princesa em uma torre... Toda vez
que tentavam escalar a torre algo dava errado e ninguém nunca chegavam ao topo.
Mas o problema é o que as tentativas causavam, enfraqueciam a torre e deixavam
a princesa com esperanças à toa. Então ela decidiu que não ia esperar mais
coisíssima nenhuma o tal do príncipe, que ele deveria ter algum probleminha por
ser tão lento e ineficiente. Ela daria um jeito de descer da torre por si
própria, pegaria sua coroa e comandaria seu reino. E foi isso que ela fez,
conseguiu com bastante esforço e usando seus cabelos, o que nenhum príncipe
conseguiu: desceu da torre. De salto e tudo.
O mundo fora da torre era bem diferente, não tinha
mais como ficar protegida fora daquelas grades, mas ela aprendeu a proteger-se
por conta própria. O começo não foi fácil, mas ela conseguiu. Conheceu todo
tipo de seres, magos, feiticeiras, fadas, duendes, bruxos, e até animais
falantes. Nem todo ogro e bruxa revelaram-se o que era esperado tendo em vista
os seus estereótipos, pelo contrário, foram de grande nobreza e a ajudaram. Nem
toda princesa era o que parecia ser, mas ela aprendeu a fazer as máscaras
caírem. Percorreu vários reinos, e em cada um foi aprendendo algo. Fez ótimos e
fieis amigos, mas também teve sua ingenuidade arrancada por aquilo que preferem
esconder, a maldade no meio do sorriso mais belo. Caiu, pensou em desistir,
caminhou por reinos escuros, mas não desistiu. Cresceu e aprendeu a ser forte.
E lá na parte mais alta do céu havia fadas que cuidavam dos de corações nobres.
“Oh, você quer uma maçã? Oh, Maria por que não
aceitar algo tão doce?” Mas nem sempre o que parece doce é, João.
Boatos diziam que a princesa havia chegado. Mas como
assim ela não veio com o nobre príncipe que foi escolhido para ser seu marido e
senhor? Não, ela veio só, com alguns amigos, na verdade, e alguns deles são
estranhos. Ela mesma é, têm mechas roxas! E ela vem de mãos dadas com aquele
que era conhecido por ser um simples rapaz, que veio de um lugar sombrio,
aquele onde não existe magia e as pessoas matam umas as outras por aquela folha
verde. Ela andou por lá e trouxe o tal rapaz com ela!
A princesa governou com aquele que não era o
príncipe, com o tempo o reino acabou aceitando e adorando-os. Eles se mostraram
mais nobres do que haveriam de achar. Eles comandavam o reino juntos, e apesar
da princesa ser mais moderninha do que eram acostumados, ela acabou se
mostrando uma ótima governante. Nobre, inteligente, com um bom coração e com um
quê de malícia que os mundos a mostraram. O príncipe que veio de uma terra de
trevas mostrou com suas experiências que as pessoas não devem brigar por papeis
verdes ou por ter inveja uma das outras, e nem fazer joguinhos, imagine só usar
pessoas como peças de um tabuleiro de xadrez! Eles formavam um pelo par, o
reino era mais colorido com mechas roxas e bruxas sem verrugas. E os ‘felizes
para sempre’? Dia sim, dia não, o importante era ficar juntos não só nos
felizes, mas nos tristes e de gritaria também. A história nem sempre acaba
quando termina, e nem sempre começa quando começou.
Beijo, G.