Compartilhando até dos porquês que nem eu entendo.


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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Na sacada com as estrelas.

Eles estavam sentados na sacada, no meio da madrugada, como dois íntimos desconhecidos.  E, não precisavam fingir nada, ninguém estava tentando impressionar ninguém, eles só queriam conversar.
- Você também acha incrível a vista daqui?
- Parece que você é o dono do mundo. Ou, pelo menos da cidade.
- Eu sempre quis ter um lugar meu, para fugir quando o mundo desabasse, ou apenas para pensar. Ás vezes acho que penso demais. E, mesmo assim não é o suficiente, na hora de sentir eu acabo fazendo besteira.
- Acho que eu nunca penso demais, na hora eu ajo por impulso e pronto, mas daí faço muita besteira.
- Se pensando demais você faz besteira, e não pensando demais também, o que devemos fazer?
- Nada. Fazer besteira. Se arrepender. Ou não. Aprender.
- Eu sou espontânea, dizem. Não consigo ouvir o que penso. Quer dizer, eu penso, penso, mas só consigo sentir o que sinto. Não consigo ficar no meio termo das coisas, é sempre demais, sabe?
- Não. Sempre é de menos. Eu fiz uma parede para não sentir mais, pra não doer mais, e agora eu só não consigo mais...sentir, digo.
- Nós podíamos aprender um com o outro.
- Já estamos aprendendo, eu não costumo sair por ai falando dessas coisas.
- É bom não é? Pode falar dessas coisas, que você não imagina dividir.
- Sim, é realmente bom. É como ser livre e gritar daqui de cima.
- Então vamos fazer isso! Gritar daqui de cima! O MUNDO É NOSSO!
- Você é meio maluca, você sabe né?
- Isso é uma crítica ou um elogio?
- Uma constatação...um elogio.
- Bem, pessoas muito normais são enfadonhas. Tenho essa teoria. Sempre saber o que o outro vai fazer, pensar o mesmo que todos, é chato, extremamente chato.
- Sim, acho que você tem razão. Por exemplo, se eu te beijar agora vou está sendo surpreendente.
- Não vai não, na verdade, esse é o passo esperado de um cara sentado no meio da madrugada em uma sacada com uma desconhecida.
- Uma íntima desconhecida!
- Seria surpreendente agora, sabe o quê? Dançarmos! Eu sempre quis fazer algo assim.
- Já não fizeram isso em algum filme? Isso não torna o diferente clichê?
- Boa resposta. Mas, os clichês são necessários, ué. E, é divertido. Vamos!
- E, depois de dançarmos?
- Depois é depois, a gente tem vê o que acontece depois. Uma parte do filme de cada vez.
E, assim dançaram a noite toda, os desconhecidos que já eram mais íntimos do que muitos conhecidos por ai.
              Beijo,G.

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