Se encontraram no meio do shopping, ele a viu subindo a escada rolante,
e correu como um louco para alcançá-la. Ela não quis conversar, até ele a
convencer do assalto, ela era cabeça dura. Depois disso pegaram uma sessão de
cinema, foram á livraria, e tomaram sorvete de casquinha. A partir daí não
pararam de se ver, eles eram um paradoxo de tentas semelhanças e diferenças. Se
divertiam muito, mas também brigavam demais. Jogavam guitarhero, assistiam
filmes juntos pelo telefone, faziam duelos de karaokê, faziam guerra de
cócegas, e ela o fazia dançar suas músicas preferidas no meio do shopping.
Brigavam que nem gato e rato e depois faziam as pazes, e essa parte era muito
boa, a raiva meio que era usada como afrodisíaco. Ele amava seu nome ser
Kelsey, sua personalidade forte, sua espontaneidade, sua aura de alegria, sua
inteligência, sua fidelidade, e até o fato dela ser mimada e implicante,
orgulhosa com um coração enorme. Ela amava seu bom gosto, em tudo, seu talento
como escritor e como músico, suas contradições, seu jeito bobo, seu sorriso, e
o fato dele esconder sua sensibilidade, e o fato de ser um meninão do coração
enorme, embora não saísse mostrando por ai, ela amava o jeito que se sentia
quando estava com ele, e o amava até quando ele a irritava e era um idiota.
Eles eram estranhamente perfeitos um para o outro, eles se completavam.
Ele a pediu em casamento no show do Metro Station, cantando “Kelsey” no
palco. Ela enlouqueceu de felicidade. Eles nunca deixaram de ser aquele casal,
até porque eles eram mais do que um casal, eles eram amigos, eles eram
companheiros, eles pertenciam um ao outro, simplesmente por se amarem, sem
pressão nenhuma. Aquilo era amor. Simples e puro, um fazendo loucuras pelo
outro, estando juntos em todos os momentos, fazendo loucuras juntos, brigando,
fazendo as pazes, perdoando, se beijando na chuva após brigarem, estando juntos
em qualquer lugar, se amando em qualquer lugar. Amor era ver a forma que eles
se olhavam, após tanto tempo juntos, a forma como se divertiam juntos, a forma
como se sentiam por simplesmente estarem um perto do outro.
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