Compartilhando até dos porquês que nem eu entendo.


Compartilhando os porquês que nem eu entendo.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

...

Ele ficava parado olhando para a porta esperando ela entrar, pensando em tudo que eles haviam vivido menos antes de começarem a viver. A forma como eles se conheceram, tão ao acaso, e mesmo assim ele sentiu algo diferente quando ela sorriu, e a cada dia que a conhecia mais, e a conhecia de verdade, não só o que ela mostrava, mas aquilo que estava escondido entre suas grades de proteção. Ele ia se apaixonando, sem fazer a menor ideia de que o estava fazendo. Ele gostava de todo aquele contraste existente nela, de como ela era meiga, e de como era implicante, é, ela sabia ser os dois. Gostava de suas neuras, se preocupando com o futuro e gostava da forma como entrava em êxtase falando de tudo que gostava de tudo que acreditava. E agora ele estava lá só esperando ela vir, mas ela não vinha. Se ele quisesse teria que fazê-lo.
“Sinto sua falta. Quero conversar” dizia a mensagem. Mas afinal eles já não haviam conversado tudo o que tinham para conversar? A relação deles havia acabado, ela não queria mas tinha que aceitar. Então por que ele não a deixava ir? Ele ficava enlouquecendo a mente dela, fazendo se lembrar de todas as brincadeiras, de todos os momentos lindos que a faziam se sentir como em um filme, de quando ele assistia seus filmes favoritos só para fazê-la feliz, e de como a ouviu falando com empolgação de sua série favorita sorrindo, adorando toda aquela falação que a maioria dos homens detestaria. Mas droga, não era essa a parte da qual ela tinha que lembrar! Lembraria de como ele a havia trocado, de como ele recuou ao invés de continuar vivendo tudo aquilo, e depois disso ela procurava aceitar de que ele não gostava dela o suficiente, e assim passaram dias, meses, semanas, até o dia 5 de Abril com aquela maldita mensagem.
- O que você ainda quer comigo, Henrique?
- Eu só precisava de te ver. Te ver de verdade, porque na realidade eu tenho te visto todo dia, devo está enlouquecendo.
- Você é um idiota! Deve mesmo está enlouquecendo... Você que quis por fim a isso, lembra? E o tempo leva as coisas, por que você resolveu trazer de volta? Quer tira a paz que ainda tenho?
- Eu não tenho mais minha paz. Eu não sabia que isso tudo era tão forte. Devo ser um desses idiotas clichês que precisam perder para perceber.
- Ou você é só um idiota mimado que não suporta perder algo que achou que era seu. Isso é doentio e me deixa doente também!
- Não precisa fazer tanto drama. Ou melhor: faça, eu descobri que senti falta disso na minha vida, seu drama, seus sorrisos, suas crises, seus ciúmes que você teimava em esconder. Sinto falta de como você é metódica, e de como sempre tem uma resposta pra tudo, sinto falta da sua alegria contagiante, da sua doçura e contrastantemente das suas grosserias. Eu sinto falta de tudo, Marina! Eu só quero passar à tarde com você vendo como seu rosto se ilumina assistindo seus filmes favoritos, e de como você é maluca ao ponto de correr no meio do shopping sem de importar com as pessoas. Ninguém me faz sentir desse jeito, eu achei que faziam, na verdade eu demorei a perceber, mas agora eu sei!
- Isso de você sempre saber o que dizer me prendeu feito uma louca á ti, mesmo quando eu não queria. E continua fazendo o mesmo efeito...Você nunca me falou algo assim, nunca foi tão claro.
- Eu sei, eu sempre tive medo acho, sempre tive que está por cima, nunca me ligar de verdade á alguém. Todas as outras garotas que eu já achei ter amado parecem um nada agora que eu sei o que sei.
- E o que você sabe?
- Eu sei que quero assistir “Bonequinha de Luxo” contigo só porque é seu filme favorito e eu gosto do jeito que você sorrir quando o assiste, eu sei que quero te ouvir defendendo as coisas nas quais você acredita, eu sei que quero ver suas pastas com suas músicas favoritas, com as nossas músicas, eu sei que quero sair correndo contigo no meio dos lugares rindo do resto do mundo, eu sei que quero segurar sua mão nos seus melhores dias e nos piores. E eu sei que nunca fui assim com ninguém, nem com quem um dia eu achei que era amor. Eu sei que...eu sei que eu te amo.
Ele finalmente havia falado tudo o que queria, e à medida que as palavras iam saindo da sua boca ele via como elas eram reais. Ela estava paralisada, não acreditava em tudo aquilo que ele havia dito, não só porque era tudo que ela sempre quis ouvir, mas por ser dita por quem ela quis que as tivesse dito. Ele a beijou de uma forma nada delicada, e era ótimo, era o que ela precisava, os resquícios de raiva juntamente com a paixão deixaram tudo mais intenso. Todos os outros beijos de outros caras eram uma nuvem distante, todo o mundo era uma nuvem distante. Eles não precisavam mais jogar, nem ter medo, eles estavam juntos e longe de todo o mundo


                                   Beijo,G.

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