Compartilhando até dos porquês que nem eu entendo.


Compartilhando os porquês que nem eu entendo.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sete - Parte 2.


- Oi.
- Oi.
- Você não sabe o que eu achei hoje. Sabe aquela nossa foto no seu aniversário?
- Aquela que eu estou de princesa e você de príncipe? Sério?
- Sim! Achei que não a tinha mais, e acabei achando mexendo em umas coisas antigas. Até trouxe pra você ver.
- Foi um dos melhores dias da minha vida! Eu ainda tenho o anel que você me deu...
- Sério? Eu pensei que você nem lembrava mais...
- Eu lembro de tudo...
- Foram bons tempos.
- É, tirando a parte das piadinhas, exclusões e claro, o chiclete no meu cabelo.
- Ah, é verdade. Mas eu prefiro não lembrar dessa parte.
- É, eu percebi.
- Não entendi.
- Eu ia falar “deixa pra lá”, mas quer saber Dan, vou perguntar, porque apesar de todos esses anos eu me sinto a mesma com você, então lá vai: Você e a Júlia, sério?
- Bem, isso...Na verdade eu estava até estranhando você não ter perguntado.
- Ok, em qualquer convenção mundial de beleza vocês seriam o casal perfeito, mas só isso que eu vejo. Eu sei bem quem você era, e ainda parece ser, gosta de livros, e de nadar de madrugada desde pequeno, e de músicas alternativas, você era o único que tinha aquele gosto excêntrico, graças ao seu pai, e você não fazia algo só por ser uma convenção, então me explica, só isso que eu peço...
- Na verdade você tá certa em várias coisas, a Júlia não tem nada a ver comigo, mas as coisas acontecem...Você não estava aqui em uma certa fase da minha vida...
- A puberdade?
- Haha.Eu deveria imaginar que quando mais velha sua língua ficaria mais afiada. Olha, eu comecei a ficar com ela só por...vontade? E apesar de tudo ela é divertida, e faz coisas que me deixam feliz, não sei explicar, então simplesmente aconteceu...
- Ah, claro, entendi.
- Annie...
- Não, você não me deve satisfação, só era curiosidade, enfim...quem sou eu? Nós passamos sete anos sem se falar, isso tudo é bobagem.
- Não é bobagem. Você é uma das pessoas com quem eu me sinto mais a vontade no mundo, apesar de todo esse tempo, você me entende. Livros, músicas, e mesmo no que somos diferentes nós temos sobre o que falar, e você é uma das poucas que sabe sobre o problema dos meus pais...então não, não é bobagem.
- Dan, eu tenho que ir. Depois nos falamos.
- Sério? Ele te disso tudo isso? – Gabriela parecia a mesma de sete anos atrás, dando pequenos pulinhos, e balançando a cabeça de empolgação.
- Sim, ele disse. Mas não da forma que você tá pensando. Está claro o que ele disse, ele gosta de mim, sou a amiguinha dele, como sempre fui e sempre vou ser. Ela é a namorada,Gabriela.
- Claro que não! Ele gosta de você! O que está claro é: Ele como um macho alfa tem suas necessidades, e a sirigaita da Júlia está suprindo suas necessidades. Mas ele gosta mesmo de você, ele só deve está com medo, e precisa de um empurrão para enxergar seus sentimentos...
- Ele já podia ter me dito, ele não disse, nem vai dizer. Quer dizer, é pra ela que ele diz o que eu queria que ele me dissesse. Não quero ficar presa nisso. E o pior é que eu tenho que conversar com ele todo dia, sem saber o que há, fingindo que não há nada.
- Tem calma, ok? Vai dar tudo certo. Deu ente mim e o Felipe. Vai dar entre vocês. Lembra? Somos princesas, e no fim tudo vai dar certo.
- É, tudo dará certo...
E, assim os dias passaram, e todos eles pareciam ser o mesmo, tirando o fato de suas esperanças diminuírem, quer dizer onde ela estava com a cabeça, não estava com a cabeça, o coração idiota tinha mania de querer assumir a situação, achando que ele poderia está apaixonado por ela? Ele namorava outra, e isso não havia mudado, aliás, a única coisa que mudou é que as coisas ficaram meio estranhas entre eles. Ótimo. Ela estava cansada daquilo, e o baile de formatura estava chegando, ela sempre sonhara com esse baile, ok, ele não seria como ela havia sonhado, mas era seu baile, e ninguém iria estragar, ela lutaria para ser o melhor possível, podia parecer bobagem, mas era seu sonho desde os oito anos.
“O baile está chegando! Você está preparada, A? - G”
“Estou, você é a única que viu parte dos preparativos. Haha - A”
“Você estará uma verdadeira rainha! Quero só ver a cara da Júlia! Duvido que ela consiga está mais linda, com aquela alma podre dela. E o Dan...seria tão mais lindo você indo com ele...- G”
“Estou imaginando isso. Me chamem de vingativa. Haha É, mas ele fez sua escolha. - A”
“Ainda há tempo para mudá-la. Vocês tem se falado? - G”
“Sim, até está menos esquisito. Mas não sei se isso é o melhor para mim. Tê-lo por perto é bom e ruim... - Enfim, pelo menos uma de nós vai com o cara certo. - A”
Era uma sexta de manhã, e havia chegado por correios um envelope cor de bronze com um brasão! Havia um papel antigo, com letras finas em tinta preta, e dizia: “Você estava certa. Sobre várias coisas, até sobre o que não disse. Mas no baile eu quero falar para você, sobre tudo, sobre o que eu sei, e acho que sempre soube, mas fui cego ou covarde demais para ver. Ainda posso te convidar para ser meu par? Você ainda me deve uma dança, lembra? – D”
Ela não conseguia acreditar naquilo,o convite, do jeito que ela imaginara, do jeito que sempre contara, há tento tempo atrás...Parece que Gabriela estava certa, afinal tudo acaba dando certo, tudo acaba sendo do jeito que é para ser, “seus sonhos irão acontecer, não da forma exata que você imaginou,planejou, mas melhor ainda, de um jeito mais surpreendente”, sua mãe sempre dizia.
Havia chegado O dia. O som estava nas alturas tocando “Animal” e nem assim abafava aquelas borboletas no estômago, era bom e ruim, e excitante, não era só uma festa, era onde tudo finalmente aconteceria, onde tudo finalmente daria certo. O vestido, as jóias, o cabelo, a maquiagem, os sapatos, tudo estava pronto. Era a hora.
Ela estava tão linda entrando no salão, parecia uma princesa, os cachos caindo sobre os ombros, o vestido rosa tomara que caia mostrava sua pele branca realçada com um colar de rubi, e os olhos cor de avelã brilhavam mais do que nunca, piscando os olhinhos com os cílios enormes, parecendo uma fada, era tão mágica. Annie o viu, ele sorria, e aquele sorriso era seu preferido em todo o mundo. Parecia um príncipe, de smoking, os olhos pareciam ainda mais azuis com os reflexos das luzes, e esses reflexos também batiam em seus cabelos com um brilho prateado, ele nem parecia real. Mas era. Mais real do que tudo. A forma como um conhecia o outro era a melhor coisa desse mundo. E era real.
- Oi
- Oi. Você está linda.
- Obrigada. Você também.
- Então, achou meu convite muito careta?
- Eu não acredito que você lembrou! Nós tínhamos quantos anos? Dez?
- Acho que por aí...
- Achei incrível.
- Você está incrível, se não é óbvio.
- Oh, eu amo essa música...
- Eu sei. – E assim estendeu a mão que ela pegou e dançaram,conversaram,sorriram, e se beijaram a noite toda.
Estava tudo perfeito, até aquele segundo. Ela havia ido ao banheiro, e Daniel foi pegar o ponche, mas quando ela voltou não foi isso que viu. Vii aqueles malditos cabelos loiros emaranhados á ele, com as mãos na sua nunca, ela não podia acreditar. Ele a soltou, a empurrou, e antes que pudesse falar qualquer coisa a viu, os olhos brilhando, mas não do mesmo brilho do início da festa, ele correu atrás dela.
- Me larga! Não acredito que acreditei em você, achei que te conhecia...
- Você me conhece! Eu escolhi você, eu sempre vou escolher você.
- Não parecia isso...
- Ela quis conversar comigo e me beijou, pode parecer mentira de tão clichê que é, mas ela me beijou. Eu não sinto mais nada por ela...
- Eu preciso ir...
E foi. E ele ficou. A vida insiste em surpreender, e nem sempre de uma boa forma. Mas seu sapato ficou, aquelas coisas não aconteciam na vida real...na verdade podiam sim acontecer, e ele usaria isso ao seu favor.
Segunda – feira.
- Eu não acredito nisso, Annie...Mas e se ele tiver mesmo falado a verdade? Você sabe como a Júlia é.
- Eu realmente não sei o que pensar, sinceramente... Estou muito confusa, Gabriela.
- Você viu que ele a largou, pode ser verdade. Além do que, a vida pode ser como um filme... Ou um conto de fadas!
- Do que você tá falando?
- Olhe.
Ele estava lá, vestido igual na noite de sexta, no meio do colégio, levando o sapato que ela estupidamente havia deixado cair na correria para fugir daquele aperto no coração, da fúria e das lágrimas, não queria chorar na frente de ninguém.
- Oi.
- Mas o que é isso?
- Eu estou aqui, no meio do colégio, vestido que nem um idiota, só para fazer você acreditar em mim. Estou tentado fazer com que seus sonhos se realizem. Porque eu só quero te ver feliz, ninguém me conhece igual á você, eu não quero mais errar. Eu vou fazer tudo para ficar com você, tudo que eu já tive antes parece uma mentira agora que eu tenho você na minha vida. Eu te amo, Annie.
- Daniel...eu não acredito que você tá fazendo isso, eu...você sempre ridicularizou essas coisas...Eu...
- Eu posso esperar o tempo que for para você ver que estou falando a verdade.
- Espera! Eu acredito em você, eu conheço você, e ninguém me conhece tão bem. Eu só quero ficar com você, para sempre, por mais brega que seja falar isso...Eu não sei se sou boas nessas coisas, por mais que eu fale em contos de fadas, eu nunca me apaixonei, só por você, desde sempre. É, eu também te amo.
E se beijaram como se todo o mundo parasse naquele momento, o momento que nunca iria acabar, o momento que parece baboseira até finalmente ter acontecido. 
              Ps. Peço desculpa pela ausência no blog, tive um problema com a internet (obrigada,oi) e fiquei sem ter como postar, espero que tenham sentido minha falta. rs
            Beijos, G.

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