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sexta-feira, 6 de abril de 2012

A fada e a bailarina.

      Sexta feira santa. Ou sexta feira da paixão? Feriado, pronto. Feriado.
                Feriado. Uns meses sem frequentar a casa da querida tia Renata. Não muitos, mas suficientes pra nos deixar morrendo de saudade uma da outra. Tinha que ser naquela sexta, porque a gente já estava no limite. Mais um diazinho e a gente não aguentava, ia explodir de saudade e ia ter que andar por aí com um buracão no coração com a saudade escorrendo sem parar. E não ia ter garrafa no mundo que desse conta da saudade escorrendo, ia vazar e sair molhando todo chão que a gente pisasse, toda cama que a gente deitasse...
                Mas aí a gente se encontrou. Finalmente. O buracão da saudade nas últimas, quase arrebentando, até que eu vi aquele sorrisão e ele se aquietou. E eu vi a Carol, e eu vi a Juju. E a casa, a piscina, a varanda, o vento. E as conversas, as risadas, a cumplicidade. E o violão. E a Ingrid, de só cinco aninhos, que pegou o violão. E como se a tarde não estivesse poética o suficiente, ela achou de tocar o violão, muito maior do que ela, umas notas perdidas como só uma criança de cinco anos seria capaz de fazer. Mas era uma melodia tão agradável que, acreditem, ainda ecoa na minha cabeça. Era carregada de lindas palavrinhas soltas, aparentemente sem ligação umas com as outras, e cantada com uma vozinha que era um mel de tão doce. Posta no papel talvez até perca um pouco do encanto. Mas a lembrança continua viva – e encantadíssima – na minha mente. Era mais ou menos assim:
                "Linda princesinha
        Bate palma pra casar
        Dança com a caixinha de música
        A tia Aline era a fada
        E eu era a bailarina..."

Aline Cavalcante.

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