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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Eu vou contar até três, e eu vou mover a moeda.

 Polônia. Auge do nazismo e campos de concentração bombando (literalmente). Erik Lehnsherr acaba de ver a mãe ser levada por oficiais nazistas e destrói o imenso portão de ferro que os separa. Apenas com o poder da mente...
Vai.  O cara controla metal. Vocês sabem de quem eu estou falando.
Erik é o futuro Magneto.  E o filme é X-Men First Class.
Então. Estava lá o Erik distorcendo o portão até levar uma bordoada na cabeça e acordar na sala de Sebastian Shaw, chefão daquele campo e pesquisador de mutantes nas horas vagas - sim, queridos, muito antes dos X-Men e do professor X, já tinha gente de olho neles. Shaw queria apenas que Erik movesse a moeda que estava sob sua mesa e para incentivá-lo, ordenou que os soldados trouxessem sua mamãe e disse que se ele não movesse a moeda, ele atiraria na doce senhora:
- Eu vou contar até três, e você vai mover e moeda...
Difícil é acreditar que o cara não conseguiu mexer a moedinha. E aí vocês já sabem, a tia dançou e levou um baita de um tiro. Mas para a surpresa de Shaw e dos soldados, o rapaz ficou invocado, saiu distorcendo tudo quanto era de metal na sala, virou cadeira, mesa, porta, trinco da porta, fechadura da porta, parafuso da porta, chaveiro da porta, pesinho de papel da porta, plaquinha de identificação (da porta? Não, dos oficiais!) e apertou o capacete de ferro dos caras até a dor ser insuportável de um jeito que acabou por matá-los.
E o Shaw? Ficou assistindo tudo morto de satisfeito por ter descoberto que liberava o poder do Erik deixando ele com raiva. E aí vocês me perguntam porque o Erik não mexeu um prego contra o Shaw, já que ele que atirou na mamãe...
Ué. Porque aí não teria história.
Erik foge do campo de concentração e jura vingança contra seu “criador”. Cresce determinado a achá-lo e movido pela raiva – muita raiva - acaba por encontrar sua possível localização. Acontece que, alertado pela agente da CIA, doutora Moira McTaggert, o professor Charles Xavier, especialista em mutações genéticas também encontra Shaw. Enquanto ele e  Erik nem faziam ideia da existência um do outro, o destino (ou se preferir, o autor da história, Stan Lee) se encarregava de fazê-los se encontrarem: um buscando vingança e o outro, buscando respostas e tentando evitar uma guerra mundial.
Sim, uma guerra mundial. Shaw, que depois de muitos anos continuava jovem e bonitinho por causa do seu poder de absorver energia, havia se aliado a outros mutantes: Emma Frost (aquela loirinha que é telepata e fica com a pele de diamantes), Azazel (igualzinho ao Noturno, só que vermelho) e um outro que teve uma participação tão descartável no filme que nem nome deram pra ele. Articulando seus poderes e os poderes dos seus mandados, Shaw convenceu grandes líderes a investirem a economia de seus países em armamento nuclear, depois começou a incitar a guerra entre ambas as partes.
Mas esse propósito maligno e doentio do Shaw, os nossos mocinhos Erik e Charles descobrem só depois. Antes disso dá tempo os dois se conhecerem, se desentenderem, se entenderem de novo, encontrarem outros mutantes, treiná-los, aprenderem a controlar seus próprios poderes – tio Xavier e Erik protagonizam uma cena linda onde o professor o ajuda a usar seus poderes sem sentir raiva, rolam até umas lágrimas – enfim, aquele monte de coisa gostosa que quem lê quadrinhos teve que esperar meses pra saber enquanto a revista não saía.
Deu que chegamos ao finalzinho do filme com dois times: a galerinha do mal e os já assim intitulados X-Men. Destaque especial para o Alex Summers, irmão do Scott (Cyclope) que ainda nem existia, dr. Hank McCoy (o Fera) e a Raven (Mística), que cunhou o nome do grupo e dos supers Professor X e Magneto. Porrada vai, porrada vem, a briga é realmente muito boa mas nós estamos é com pressa de saber logo o final da história, por isso já ponho o Erik de frente com o Shaw numa sala revestida com o mesmo diamante da pele da Emma, que bloqueia a telepatia do professor. Depois de um belíssimo discurso-que-vilão-sempre-faz-antes-de-matar-a-vítima, Erik tira aquela velha moedinha do bolso:
- Eu vou contar até três, e eu vou mover a moeda.
E move mesmo. Bem no meio da cabeça do Shaw. A moeda sai perfurando o crânio do cara em câmera lenta e se você for sensível a emoções em filmes que nem eu, dá até pra sentir a dor dele.
Chegamos ao marco histórico do universo dos X-Men: o professor e  Erik têm seu primeiro enfrentamento ideológico que resulta na divisão das equipes, e num tiro acidental que deixa o professor paralítico. Acontece que Xavier queria a igualdade entre humanos e mutantes, e Magneto acreditava e queria a superioridade deles. Daí pra frente cada um segue o seu rumo e deixa a gente morrendo de vontade de rever os filmes, reler as histórias e saber o que aconteceu depois.
Aline Cavalcante.

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