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terça-feira, 2 de julho de 2019

Às Três Horas.

  

     Era uma mansão linda e enorme, mas havia algo de sombrio nela. Eu não lembrava porque estava lá. E quem eram aquelas pessoas?  Estavam sentadas comigo na enorme mesa de jantar. Elas sorriam para mim, mas era um sorriso sinistro. A mulher de cabelos negros e presos em uma coque virou a cabeça na minha direção lentamente e sorriu. Um calafrio percorreu todo o meu corpo.
Acordei.  Olhei para o relógio e eram três da madrugada.
Era só um sonho. Fui à escola.
Eu estava novamente na mansão. Novamente com aquelas pessoas. Dessa vez estava procurando algo, mas eu não conseguia me lembrar o que era. A sala era cheia de pinturas neoclássicas, parecia uma casa saída de séculos passados. E as nossas roupas também. Era um filme de época, só que sinistro.
Eu preciso encontrar. Eu preciso encontrar. Aonde colocaram?
Acordei novamente. Suada e descabelada. O relógio marcava três horas.  Novamente.
Ok, era um pouco estranho, mas não deve ser nada de mais. Talvez eu deva procurar o significado no Google.
Três semanas depois. Três semanas que eu não conseguia dormir direito. Mas dessa vez não conseguia me lembrar do sonho, simplesmente acordava agitada e gritando.
De novo na mansão. Mas dessa vez eu estava no jardim. E corria. Ouvia sussurros e me escondia. O que estava acontecendo? Lembrei a mim mesma que era novamente um sonho e me tranquilizei. Vou esperar acordar, vou esperar passa.
De repente, ele veio na minha direção. Era a única pessoa normal naquele sonho, um pouco sinistro, vestido todo de preto, mas era bonito e jovem, com olhos azuis penetrantes e tristes. Ele me olhou nos olhos e disse:
- O que você estava fazendo aqui? Não achou?  Não conseguiu ir embora? !
- Do que você está falando? Quem é você?
- Você não lembra? Elizabeth, você precisa ir embora! Cadê a chave?
- Mas o que...Elizabeth? Meu nome não é Elizabeth, é Lia! E que chave é essa?
- A chave para o portal, para o mundo dos vivos...Você sabe que é a única maneira de escapar daqui!
- Ok, esse sonho está demorando mais do que o normal. EU QUERO ACORDAR. – Disse desesperada, fechando e abrindo os olhos. Me beliscando. Mas nada acontecia. NADA.
- Elizabeth, eu sinto muito...eu tentei.
E de repente, as pessoas sinistras voltaram. Envoltas em mantos negros como uma noite sem estrelas. Elas sorriam e flutuavam. Que diabos estava acontecendo? Eu fechava e abria os olhos. Me beliscava. "Acorde. Acorde".  Mas nada acontecia. Lágrimas gélidas escorriam pelas as minhas bochechas enquanto eu sentia um frio percorrendo todo o meu corpo.
Espectros me cercavam e me aprisionavam. Enquanto a mulher do jantar sorria para mim. Ela tinha buracos no lugar dos olhos e o sorriso parecia um abismo para a morte.
Gritei. Enquanto isso Gustav sumia, com o olhar mais triste que já vi. De repente lembrei!
Gustav.
Eu e Gustav presos naquele submundo.
Ele tentou me salvar. Ele tentou me alertar. A chave. Eu esqueci, eu não encontrei. A única chance de me libertar.
Mais espectros me cercavam enquanto a mulher sorria.
Eu queria acordar, mas sabia que não adiantaria. Aquilo não era um sonho, aquilo era o meu fim.

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