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terça-feira, 16 de julho de 2019

A sua maldita falta.

   
   Sua falta era como um peso no seu peito, sua falta era como a falta de um órgão, sua falta era uma cicatriz que de vez em quando doía de um jeito lancinante. Ela não acreditava que depois daquele tempo todo ainda sentia a sua falta. E toda vez que ela jurava ter esquecido a dor a atingia, simplesmente como um aviso doloroso de que ela ainda sentia a sua falta. A sua maldita falta. E embora tivesse tantas razões para odiá-lo, ela simplesmente não conseguia, não conseguia parar de amar. Todas as bocas e corpos e flertes não apagavam o lugar dele, aquele lugar era dele, como se uma bomba tivesse deixado tudo tóxico, como se impossibilitasse de um novo amor brotar lá. Só havia destruição e saudade.
  Às vezes, ela acreditava que havia esquecido, vivendo aventuras e sonhos, mas, ele sempre voltava. Um fantasma, uma sombra no meio da escuridão. As lembranças atingindo-a tão fortemente que ela podia ouvir sua voz. Ela podia escutar a sua maldita voz, quase como uma alucinação. E depois ela sentia seu toque. Meu Deus, era enlouquecedor. Enlouquecedor não poder tocá-lo e nem escutar sua voz e nem sentir tudo que só ele a fizera sentir.
  Ela gritava aos céus, esbravejava aos deuses e ao cupido e ao destino, sem entender porque dar aquele amor a ela se era para depois, inesperadamente, como uma batida de carro ou a queda de um avião, perdê-lo. Ela mal sentiu o toque da batida, e, quando deu por si, ele não estava mais lá. E olha que ela lutou contra o que ela própria era , contra o orgulho, ela se perdeu no meio da caminho para não perdê-lo. Não mais. Não nunca mais.
   Por isso ela o odiava. Exceto que não conseguia odiá-lo.
   Então, ela o amava. Porque não sabia como deixar de amá-lo.
   Talvez um dia.

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