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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Sobre o naufrago da madrugada.

Resiliência me parece algo sensacional. Aprendi de verdade sobre isso em uma cadeira de Psicologia. Eu sempre me perguntei se era esse tipo de pessoa, eu sempre quis ser forte. Acontece que talvez até 2012 acho que ninguém me achava lá a pessoa mais forte do mundo. Elogiavam meu coração e até meu caráter, mas esse lance de ser forte, acho que não. Eu sempre fui sensível, super canceriana, de chorar em filminho água com açúcar e tudo.
Veio 2013 e minha vida girou, eu não esperava. Digo, quando você realmente espera que a morte vá entrar na sua vida? Eu lembro que uma vez tive um pesadelo que nunca esqueci, lembro que acordei chorando. Em 2013 esse pesadelo se tornou real. Sempre admirei mulheres fortes, sempre estiveram na minha lista de pessoas inspiradoras. Então eu decidi ser forte. No começo eu realmente achei que simplesmente era fraca, achei que não sobreviverei, achei que entraria em depressão. Todo o processo foi difícil, e a medida que piorava eu acabava achando um jeito de continuar. Acontece que eu fui continuando, aos tropeços eu caminhei. Tropeçando e caindo, mas eu caminhei. Eu descobri que era e sou muito mais forte do que qualquer um podia imaginar. Acho que apesar de me amarem muito, meus amigos e minha família, a maioria, não achava que eu seria daquele jeito. Talvez ainda me vissem como a menininha frágil e até mimadinha que eu era. Eu queria tanto provar ser forte, eu queria tanto ser, mas não acreditava de verdade que era. Mas eu fui. Eu sou. Não fui só. Me apoiei em livros, me apoiei nos meus amigos, me apoiei na minha fé. Não sei exatamente o que me fez continuar mas eu continuei. Aprendi a lidar com rotina de hospital e a apoiar minha mãe. Aprendi a cuidar da minha vó. Ela tinha e tem orgulho de mim. Eu nunca vou esquecer o sorriso dela ao falar que tinha orgulho da sua neta. É uma das melhores lembranças da minha vida, eu queria voltar no tempo cem vezes pra ouvir de novo.
 Acontece que eu sobrevivi, mas demorou um tempo para a sobrevivência tornar-se vida, tornar-se felicidade. Uma parte minha se perdeu, uma parte nasceu. Eu já não sou a mesma, mas ainda sou eu mesma. Às vezes eu pareço nadar, finalmente achar um porto seguro só para novamente naufragar. A vida às vezes é como uma onda que te empurra e cansa tanto nadar e nadar, às vezes desistir parece tão mais fácil. Mas talvez eu seja mesmo forte, talvez eu sempre acabe desistindo de desistir, mesmo que a vida me foda. Talvez eu não consiga mudar minha essência, mesmo que isso signifique o que significa. Talvez eu não queira. Talvez, só talvez. A verdade é que ter certas pessoas na minha vida faz com que eu me sinta realmente especial. Eu não vejo bem o porquê de certas coisas agora, mas eu ainda acredito. Em parte por minha escolha, em parte por ser algo inerente a mim. Em grande parte porque eu tenho muletas que me ajudam a caminhar quando eu só quero parar. Pode ser que eu entre em crise e mande tudo para o inferno, vai saber. Mas no fundo eu sei que vai dar certo. Eu acredito. E ela teria orgulho de mim por isso.
  Ps. Eu comecei a escrever achando que essa era uma desistência, mas escrever me salva, me faz enxergar. E minhas muletas também.






















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