Compartilhando até dos porquês que nem eu entendo.


Compartilhando os porquês que nem eu entendo.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Somos todos Duff's, Bianca.

 Estava eu assistindo The Duff, que pode parecer só mais uma comédia romântica para adolescentes (e sim, eu adoro esse tipo de filme) mas na verdade trata de uma questão importante: rótulos. Isso me lembra O Cube dos cinco, isso me lembra como todos nós sempre acabamos sendo rotulados por conta da aparência ou algo do tipo. Rótulos que fazem com que a gente sinta que não é bom o suficiente. Bonito o suficiente. Inteligente o suficiente. Divertido o suficiente. Nunca o suficiente. Conversando com minha irmã mais nova, que por sinal tem o mesmo nome da personagem do filme, percebi como todos esses rótulos e padrões destroem quem somos e devemos ser. Duff é o patinho feio, a amiga menos bonita, mais gordinha, mais diferente. O que ninguém entende é que diferença é algo bom, e o fato das pessoas não entenderem isso pode parecer bobagem mas é o que causa preconceito, bullying e etc. Minha irmão, a Bianca, acha que não é bonita o suficiente. Ela é linda e já gosta de Edgar Allan Poe, é esperta e inteligente. No colégio eu me sentia duff, nem bonita e nem descolada o suficiente, nunca boa o suficiente.
 Tudo começou com a pré adolescência, que é quando os rótulos surgem, eu era a gordinha tímida. E eu aceitava isso. Tive que emagrecer e me arrumar para começa e me sentir bem comigo mesma. E mesmo assim não era o suficiente. Eu mudei de rótulo. Agora eu era "normal", mas ainda diferente. Por não gostar de forró, por preferir ler e não beijar qualquer cara. Eu era a certinha, a nerd, a normal, ou sei lá o que. Me sentia um peixe fora d'água. Com o tempo isso foi mudando. Mas os rótulos não se resumem só á isso. Também se resumem a qualquer característica que você tenha ou que achem que você tenha. Eu precisei da faculdade pra me sentir bem fisicamente, completamente bem comigo. Mas não deveria ter precisado de tanto para gostar de mim. No fundo eu sempre gostei de quem eu era e devia ter valorizado isso e deixado o resto.
 Os rótulos estão presentes em todas as fases da vida. Eu já fui a mimada e patricinha por andar de carro. E a puritana por considerar sexo algo importante. A questão é que sempre irão querer achar algo para te definir. Seja por sua aparência física ou por sua conta bancária. Por sua popularidade ou pelo seu dinheiro. Por seu estilo de vida, crenças. Mas o que deve definir quem você é são suas atitudes. E só você pode definir quem você é e  quem você quer ser. Eu não sou só uma coisa, eu sou várias.
Você tem que se considerar boa o suficiente sim. E merecedora de amor e do sucesso e de tudo de melhor que a vida pode te dar. Sempre que a vida te lasca, sempre que as pessoas te ferem você se culpa e acha que não é merecedor. Eu sei porque comigo também é assim. Você acha que não é bom o suficiente e por isso não merece amor, não merece sucesso. Não merece a felicidade. Mas você merece sim (a não ser que você seja uma pessoa babaca que curte foder os outros e humilhar as "duff's" pra se sentir melhor). Nós merecemos. E não existe isso de Duff. E se existe, então todos nós somos. Porque nossa perfeição está justamente na imperfeição, na diferença.
Diga ao mundo quem você é, não deixe que os outros digam por você.

                                   
                                                                                    Beijo, G.














Nenhum comentário:

Postar um comentário